Conheça a diferença de comprar imóveis comerciais ou residenciais

Quando pensamos em imóveis, é normal que imaginemos a realização do sonho da casa própria. No entanto, adquirir uma propriedade também pode ajudá-lo a realizar outro objetivo, dessa vez, profissional: o desejo de empreender. Por isso, é importante entender as diferenças entre os imóveis comerciais ou residenciais.

Em 2017, um estudo realizado com o apoio do  Sebrae  mostrou que quatro em cada dez brasileiros já estavam empreendendo ou trabalhando para tirar sua empresa do papel.

No entanto, será que é uma boa ideia empreender em casa? Será que é preciso investir na  compra de um segundo imóvel ? Dá para  financiar um imóvel  comercial?

São muitas perguntas, não é mesmo? Mas não se preocupe. Neste artigo, vamos abordar as diferenças entre essas duas modalidades de compra. Vamos lá?

Antes de falarmos especificamente das diferenças entre os imóveis comerciais ou residenciais, vamos entender se realmente é vantajoso ser dono de um imóvel. Por que não alugar, por exemplo?

O aluguel é uma inciativa vantajosa para aquelas pessoas que não têm certeza se querem permanecer em determinado endereço. Por exemplo: um profissional que se mudou para uma nova cidade a trabalho, mas não sabe se permanecerá na empresa, não deveria comprar um imóvel para viver perto dessa companhia.

Nesse caso, pode ser mais interessante ser inquilino. Com o passar dos meses e vendo com mais clareza os seus objetivos profissionais, ele poderá decidir por comprar uma casa ou apartamento naquele município — ou se mudar, caso queira experimentar novos ares.

No entanto, nos outros casos, a compra ainda se mostra vantajosa — tanto para imóveis comerciais ou residenciais. Em primeiro lugar, os valores das  mensalidades dos financiamentos  são semelhantes aos do aluguel, podendo, inclusive, ser menores, dependendo das características da negociação.

Além do mais, ao se tornar proprietário de um imóvel, o morador ou empresário poderá vendê-lo ou alugá-lo, transformando-o em capital, caso seja necessário.

O imóvel residencial pode se apresentar em uma infinidade de modelos de casas e apartamentos. No entanto, a sua finalidade deve ser a moradia.

Por isso, ele deve conter a estrutura necessária para proporcionar ao morador a possibilidade de se alimentar, descansar, ter convívio social, acesso a banheiro etc.

Para fins tributários, a  Receita Federal  define um imóvel residencial como:

É importante estar atento a essas definições, pois imóveis comerciais ou residenciais precisam ser declarados de acordo com a sua finalidade de uso.

O imóvel comercial é uma propriedade cuja finalidade é auxiliar o proprietário ou inquilino em suas atividades empresariais, oferecendo estrutura para que essas ações possam ser realizadas. Por isso, o imóvel comercial não pode ser alugado por Pessoas Físicas, apenas por Pessoas Jurídicas.

Nem todo imóvel comercial pode ser usado para as mesmas finalidades. O empresário precisa estar ciente das normas estabelecidas pelos órgãos regulamentadores, alguns deles específicos ao modelo do seu negócio.

Por isso, antes de comprar um imóvel, verifique junto à prefeitura da sua cidade quais são as exigências para abrir uma empresa. Isso o ajudará a se decidir por qual modelo de imóvel deverá ser comprado.

É possível comprar um imóvel residencial e transformá-lo em comercial, mas isso exige que o proprietário comunique a prefeitura sobre essa mudança, uma vez que a cobrança do IPTU e a matrícula da propriedade terão que ser alteradas.

Além da finalidade de uso, podemos destacar como diferença as regras para locação e acesso a crédito para compra. Para comprar um imóvel residencial, muitas pessoas recorrem aos financiamentos do Sistema Financeiro de Habitação (SFH).

Pelo SFH, é possível financiar imóveis que custem até R$ 1,5 milhão e que estejam no mesmo local em que o proprietário trabalhe. É possível usar recursos do FGTS na compra, inclusive para amortizar a dívida durante o contrato. No entanto, o imóvel comprado deverá ser de uso residencial — e o primeiro imóvel da pessoa naquela cidade.

Assim, se uma pessoa quer comprar um imóvel comercial para ser a sede da sua empresa, ele pode recorrer ao  Sistema Financeiro Imobiliário (SFI) . Nesse caso, não há teto máximo para a compra e nem limite de imóveis adquiridos na mesma cidade. Todavia, o comprador terá um gasto maior com juros, pois o SFI é mais caro do que o SFH. O uso do FGTS não é permitido nesse caso.

Existem outras formas de se conseguir capital para a compra de um imóvel comercial, como recorrer às agências de fomento empresarial ou a crédito empresarial. Nessas duas modalidades, é fundamental que o empreendedor comprove que a compra respeita o planejamento financeiro da empresa — e que não representará um risco aos sócios.

Outra diferença entre imóveis comerciais e residenciais está no processo de locação. Como esse assunto é muito extenso, não vamos analisar profundamente o que diz a lei, em todos os seus parágrafos. Ressaltaremos, apenas, que o contrato de locação comercial tende a trazer mais proteção ao locatário, impedindo que o proprietário coloque em risco um empreendimento ao exigir, sem aviso adequado, o fim do contrato.

Esse cuidado é fundamental, pois a escolha de um ponto comercial faz parte das estratégias de marketing de uma empresa. Se o negócio não tiver garantias de que poderá exercer suas atividades plenamente no endereço, isso pode inviabilizá-lo.

Se você vai adquirir imóveis comerciais ou residenciais, é importante verificar o impacto dessa compra nas finanças pessoais ou do negócio. Não se esqueça de fazer uma boa pesquisa de mercado para escolher o melhor imóvel possível, além de realizar simulações de crédito, em busca das melhores taxas de financiamento imobiliário.  Planejamento é fundamental  em ambos os casos.

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